segunda-feira, 8 de julho de 2013

UM PASSEIO PARA RECORDAR: ENTRE A BICA E O CAIS DO GINJAL


 
Um passeio pitoresco entre o Bairro da Bica e o Cais do Ginjal. Um passeio onde apreciamos os contrastes da inquietude da zona ribeirinha da cidade, com a calma da margem sul do Rio Tejo.

 
 
 
 
Sobre uma das colinas mais ingremes da cidade, o Elevador da Bica desliza suavemente pelo carril, atravessando todo o bairro. O casario forma uma moldura colorida ao longo do trajecto, que só é quebrada pelas muitas escadinhas que serpenteiam o casario acompanhando o ondular das colinas.  
Em tempos a Bica foi refúgio de marinheiros, casa de varinas e fadistas. Hoje o bairro ainda conserva esse brilho, reflectido na malha urbana e nos muitos bares que se abrem à noite trazendo vida nova ao local.
 
 
 
 
 
 
 
Já na Rua de São Paulo caminhamos em direcção ao Mercado da Ribeira. Em tempos o centro nevrálgico do abastecimento alimentar da cidade, ainda conserva a azáfama típica dos grandes mercados. Frutas, legumes, peixes frescos, flores e gentes, dão lugar a um espectáculo vivo cheio de cor, aromas e texturas. Os ruídos transformam-se em pregões, alegrias e arrelias que fazem parte da arte de negociar. Tudo isto envolto pela arte do ferro forjado e da azulejaria Portuguesa que torna este local único.
 
 
 
 
 
 

Depois da visita ao mercado, depressa chegamos ao rio. Somos recebidos por uma brisa de ar fresca e um suave cheiro a maresia. O cacilheiro orgulhoso da sua farda laranja espera-nos para nos levar à outra margem.
 

 
 
 

Deixamos a agitação da cidade para trás, e ao longe Lisboa no seu manto adornado pelo casario e monumentos, parece querer abraçar-nos.
 
 
 
 
 
 
 

Em dez minutos chegamos a Cacilhas. Um importante interface de transportes que liga a margem sul à cidade de Lisboa, mas que ainda mantem a nostalgia de outros tempos.

Outrora foi terra fértil de vinhedos e cultivo, porto de abrigo de marinheiros e ancoradouro de muitas indústrias ligadas ao mar. Foi daqui, depois de se fornecerem de gelo e isco, que muitos bacalhoeiros partiram rumo à Terra Nova e Gronelândia, em busca do bacalhau que tanto nos caracteriza. Romarias de gente vindas do norte e do sul chegavam a este local para se despedirem dos familiares que partiam para terras longínquas. Hoje o Cais do Ginjal guarda memórias e restos de vidas cheias de sonhos, espelhadas nos velhos armazéns que descansam à beira do rio. São ruínas que parecem ser embaladas pelo ondular da água que bate suavemente no longo muro de pedra.

 
 
 
 
 
 
 
Os pescadores encontram aqui o sossego enquanto esperam que algum peixe morda o anzol, gaivotas sobrevoam os velhos armazéns e nas pequenas enseadas crianças brincam alegremente. Só se houve o seu riso e o chapinhar nas águas do rio.
 
 
 

Tão perto de Lisboa e ao mesmo tempo tão distante. E mesmo assim Ela está lá… ao fundo a olhar para nós.
Quando a fome aperta viajamos até ao centro de Cacilhas. Turistas e gentes da terra concentram-se nas muitas esplanadas existentes na praça central. O peixe fresco abunda nos restaurantes e o cheiro a sardinha assada paira no ar.
 
 
 
Provavelmente vindo dos muitos pescadores que pescam ao longo do rio, porque aqui o rio dá douradas, robalos, chocos, petingas e muito polvo.
 
 
 
 
 
 

A Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, padroeira dos navegantes, o monumento em homenagem aos aguadeiros e o farol, fazem parte do património histórico da população de Cacilhas. A igreja de inspiração barroca, vestida de azul e branco, faz-nos lembrar o rio, o chafariz é uma homenagem aos aguadeiros que em tempos carregavam a água da mina do ginjal para abastecer a população, e o farol, símbolo de alerta e guia para muitos navegadores que dominavam as águas em tempo de nevoeiro.
 
 
 
No regresso a Lisboa, o cacilheiro espera-nos. Dizemos adeus a Cacilhas, na certeza de um dia voltarmos para mais um passeio junto ao rio.
 
 
 
Contactos:
Tel.: 910149840
Se pretende um passeio só para o seu grupo, contacte-nos!
Desfrute de momentos e experiências para mais tarde recordar.
 
 
 
 
 

 
 
 

 
 
 


Sem comentários:

Enviar um comentário